O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim
Barbosa, fez críticas ao sistema político brasileiro e defendeu uma
reforma política, durante a Conferência Global de Jornalismo
Investigativo, hoje (14), no Rio de Janeiro.
"Voto obrigatório, impossibilidade de candidaturas avulsas, excesso
assombroso no número de partidos políticos; mercantilização de partidos
políticos, coronelismo e mandonismo na estrutura interna de certos
partidos políticos e atomização do voto nas eleições proporcionais. Eis
aí um pequeno catálogo dos problemas do sistema político brasileiro",
disse ele.
O ministro deu suas opiniões durante um painel do evento do qual
participou na Pontifícia Universidade Católica (PUC), na zona sul da
cidade. Para ele, "o povo tem sido sistematicamente ignorado e colocado
de lado nas decisões políticas", comentou.
O ministro criticou a lentidão do Judiciário e disse que existe um
"bacharelado decadente", com cultura jurídica complacente com a
impunidade, que privilegia o academicismo estéril, desconectado da
realidade. Segundo Barbosa, a existência de apenas três grandes jornais
no país não permite pluralismo na mídia brasileira.
"As manifestações culturais, os falares de algumas regiões do país
não estão presentes na mídia", ponderou ele. "Embora negros e mulatos
respondam por cerca de 50% da população, são muito raros nas redações,
nas salas de imprensa, no noticiário da TV e em postos de liderança no
jornalismo", comentou ele, ao argumentar que por isso, esse segmento
social se vê excluído das notícias.
Ao ser perguntado se tinha simpatia por algum pré-candidato a
presidente, Barbosa respondeu que "o quadro político brasileiro não me
agrada nem um pouco", e garantiu que não seguirá carreira política
enquanto estiver no STF. Entretanto, aos 59 anos, declarou não pretender
ser ministro da Corte até os 70 anos, idade limite para a permanência
no STF.
"Não tenho, no momento, nenhuma intenção de me lançar candidato a
presidente da República. Em 2018 estarei em alguma praia", brincou ao
responder se pensava em se candidatar a presidente neste ano.
Fonte: Agência Brasil - (BLOG DO ADALBERTO PEREIRA).
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