Evitando polemizar, FBC explicou que
numa recente reunião com prefeitos de todo o Sertão do Araripe, ocorrida
em Araripina, pôde informar que o projeto viabilizado vai captar 50
metros cúbicos de vazão por segundo. Juntamente com mais 25 metros
cúbicos do ramal de Entremontes (no Eixo Norte da transposição), serão
75 metros cúbicos de vazão por segundo. “Isso é suficiente para irrigar 110 mil hectares”, disse.
O ex-ministro negou também ter havido
exclusão dos municípios contemplados pelo projeto e contestou a
informação de que apenas quatro deles seriam beneficiados. Mas revelou,
por outro lado, que são 15, e não 17, os municípios beneficiados pelo
Canal do Sertão.
Nesse primeiro momento, segundo FBC,
foram identificados 70 mil hectares irrigáveis nos municípios de
Petrolina, Afrânio, Dormentes, Santa Filomena, Santa Cruz, Santa Maria
da Boa Vista, Parnamirim, Granito e Exu (todos em Pernambuco), além de
Casa Nova (na Bahia). “Os estudos pedológicos estão sendo feitos
para podermos definir de forma adequada e apropriada, agora que os
editais de licitação foram feitos”, argumentou.
Sem exclusão
Ele ressaltou ainda que esses mesmos
editais dos estudos pedológicos ainda não acontecerem para Ouricuri,
Trindade, Ipubi, Bodocó e Araripina porque esses municípios estão nas
chamadas “terras altas” do Araripe.
“É preciso que a gente tenha uma
definição de projetos. Como é que a água vai chegar nessas terras altas?
Não tem projeto, mas os estudos de viabilidade foram realizados pela
Codevasf e apontam um custo de tarifa e de energia para se irrigar essas
terras que não daria para rentabilizar as culturas. Estão sendo
aprofundados os estudos, e disse isso aos prefeitos do Araripe, para
sabermos se existiria um outro traçado, seja a partir de Santa Cruz ou
da Barragem de Entremontes ou ainda numa derivação de água a partir do
Ceará, no Eixo Norte da transposição, que está sendo analisada pela
Codevasf e o Governo de Pernambuco. Portanto, não existe exclusão”, garantiu o ex-ministro.
FBC frisou ainda que o projeto
conceitual do Canal do Sertão, concebido em 1992, previa a irrigação de
136 mil hectares e captação de 136 metros cúbicos por segundo – sendo
110 mil hectares só em Pernambuco.
“Mas teremos as mesmas áreas a serem
irrigadas. Agora, precisamos fazer essa discussão com seriedade, com
tranquilidade, e não querendo politizar”, alfinetou o ministro, que ao ser perguntando se a questão estava sendo levada para esse campo, completou: “Já politizaram porque não se deram o cuidado de estudar (o projeto)”.
Ele disse ainda que além do fator econômico, o projeto envolve também
questões sociais e ambientais, sobretudo em relação à sustentabilidade
do Rio São Francisco, que precisam ser levadas em conta. Sobre o
assunto, aproveitou para reiterar sua posição favorável à transposição. “Fui o ministro que remobilizou toda a obra”, finalizou.
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