No Hospital Universitário de Petrolina, no Sertão de Pernambuco,
a lotação é reclamação de pacientes e familiares. Na sala de
emergência, classificada como vermelha e que recebe pacientes em estado
grave, apenas 5 leitos estão disponíveis. A situação é semelhante na
sala verde, para onde são encaminhados pacientes considerados de menor
gravidade e que possui 12 leitos. Nesta terça (17), 31 pacientes são
atendidos nos corredores. Na unidade de terapia intensiva 16 pacientes
estão internados. É a capacidade máxima da UTI.
Além da lotação, a demora é denunciada por pacientes do HU. Pelo
sistema de pactuação do SUS, o hospital recebe pacientes de 52
municípios por ser especializado em atendimento a vítimas de acidentados
de trânsito. A cobertura em população é de cerca de 1,8 milhão de
pessoas.
A educadora Auzeni Rodrigues dos Santos, de 33 anos, está acompanhando
um primo internado depois do acidente de moto na proximidades de
Cabrobó-PE. A vítima foi encaminhada para o Hospital Universitário de
Petrolina. A educadora denuncia que o acidentado chegou no hospital por
volta da 22 horas do sábado (14) e não tinha sido atendido até o início
da tarde do domingo (15).
A parente da vítima conta que presenciou diversas situações semelhantes
à de seu primo sobre a demora do atendimento. “Tinha um garoto de 22
anos também acidentado, em situação mais grave que meu primo e que no
domingo ainda não tinha sido atendido”, relatou Auzeni Rodrigues.
O coordenador geral de cirurgias do HU, Hugo Alessi, admite a lotação.
“Enquanto nós atendemos 3 ou 4 pacientes, chegam de 6 a 8 novos. Isso,
em uma conta simples, reflete na superlotação. Chega um momento que o
hospital chega à sua capacidade máxima de atendimento”, argumentou.
De acordo com informações da assessoria do hospital, 81% dos
atendimentos é de acidentados de moto. No último final de semana foram
realizados 60 atendimentos em ortopedia e neurologia. Para o
coordenador, alguns pacientes acidentados poderiam ser atendidos em
hospitais menores. “Acidentados com menor gravidade poderiam ficar no
municípios circunvizinhos, por exemplo, em Ouricuri-PE”, sugeriu.
A lotação no HU provoca problemas de estrutura nos serviços de socorro
do Corpo de Bombeiros e do Samu. Como o número de macas não é
suficiente, os pacientes que são encaminhados ao hospital acabam sendo
atendidos ou ficam internados no equipamento das unidades de socorro. A
consequência disso é que o Corpo de Bombeiros e também o Samu deixam de
atender a população por falta de macas nas viaturas.
“Nós temos que acomodar o paciente, e por causa da grande quantidade,
não temos macas suficientes. Isso é na própria maca”, justificou Hugo
Alessi. Ele sugere uma discussão entre os papéis de cada participante no
atendimento, que envolve ambulância e hospital. Segundo o coordenador,
as dificuldades não podem ser analisadas isoladamente.
G1/PE
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