O pagamento da última parcela dos R$ 148 milhões em subvenções para
os agricultores prejudicados pela seca, que perdura no Nordeste desde
2011 e é considerada amais severa dos últimos 50 anos, pode não ser
concluído neste fim de semana, apesar do prazo estipulado pela Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab). Cerca de 30% dos 21 mil produtores
prejudicados ainda não receberam o subsídio em um sistema de pagamento
classificado pelo presidente da União Nordestina dos Produtores de Cana
(Unida), Alexandre Andrade Lima, como “desorganizado e extremamente
atrapalhado”. Segundo ele, o valor da última parcela é de R$ 53 milhões.
De acordo com Lima, o formato de pagamento da Conab – que consiste na
divulgação de uma listagem de nomes no site do órgão a cada novo
pagamento – é altamente prejudicial aos agricultores. “O sistema deles é
desorganizado, atrapalhado. O site da Conab é confuso, não dá para se
orientar muito bem, principalmente para um agricultor que não tem muita
instrução com computadores”, criticou. “Além disso, uma das listagens
foi publicada depois do prazo de cinco dias, quando o dinheiro já tinha
sido mandado de volta. Isso é um absurdo”, disparou Lima. Procurada pela
reportagem, a Conab não atendeu ou retornou às ligações.
Caso os agricultores beneficiados por meio de um Orçamento Bancário
não retirem o dinheiro em um prazo de cinco dias, o valor é devolvido
aos cofres públicos. Para tentar alertar os produtores, a Unida tem
publicado as informações no próprio site, além de ligar para os
canavieiros. “Estamos retirando as informações do site da Conab e
publicando no nosso, além de ligar para os agricultores que temos o
telefone. Só que produtor vive na roça, muitas vezes não tem nem
telefone, nem computador”, declarou.
Em maio de 2013, após uma visita à Pernambuco, a presidente Dilma
Rousseff (PT) prometeu o pagamento de R$ 12 por tonelada de cana
prejudicada, com limite de 10 mil toneladas por produtor. A liberação do
dinheiro, entretanto, só começou a ser efetuada no final de 2013, com
R$ 53 milhões adiados para serem pagos apenas em 2014. Entretanto,
segundo Lima, o valor pode não ser o bastante para ajudar todos os
produtores que se inscreveram no programa. “Estamos esperando a Conab
terminar de efetuar os pagamentos para termos uma ideia de quantos
produtores, dentro desses 30% que ainda não receberam, ficarão sem a
ajuda", afirmou.
Nesta quarta-feira (15), uma reunião com representantes de órgãos do
setor está programada para acontecer na sede da Associação dos
Fornecedores de Cana de Pernambuco. Dentre os assuntos que serão
tratados, está a preparação do cronograma de trabalho para 2014, a
elaboração de documentos e o planejamento para se conseguir um novo
financiamento para as dívidas agrícolas contraídas em 2013, uma vez que o
último ano foi considerado como um dos ápices da estiagem na Região.
PE/247
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