O PSDB pernambucano pode ter candidato a governador: o deputado
federal Bruno Araújo. É o que aponta o colunista Cláudio Humberto. De
acordo com o texto, só falta o presidenciável pela sigla tucana, senador
Aécio Neves, que dirige a legenda nacionalmente, bater o martelo. A
possibilidade de candidatura própria é mais um reflexo do estremecimento
da relação entre Aécio e o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos,
pré-candidato ao Palácio do Planalto.
Apesar de a possibilidade de candidatura própria soar como uma
retaliação do PSDB ao PSB, que deve lançar candidatura própria em Minas,
reduto eleitoral de Aécio Neves, uma postulação tucana ajudaria,
principalmente, o senador Armando Monteiro (PTB), que disputará o
Palácio do Campo das Princesas. Isto porque aumentariam as chances de a
disputa ir para o segundo turno em um cenário eleitoral que tem o
ex-secretário estadual da Fazenda Paulo Câmara, indicado por Campos,
como outro nome competitivo para garantir mais quatro anos de PSB no
governo de Pernambuco.
Levando em conta o atual quadro eleitoral, o PSDB terá dificuldades
para viabilizar uma candidatura competitiva no estado, independentemente
do nome que seja lançado. O PTB de Armando já tem o PT em sua chapa – o
deputado federal João Paulo é o petista mais cotado para disputar o
Senado – e PSB de Câmara tem partidos como PMDB e DEM em sua coligação, a
Frente Popular, que agrega 20 legendas ao todo.
Em meio às alianças pré-definidas e a coligação do PSB, considerado a
maior da história de Pernambuco, que podem ser um "pesadelo" na vida
dos tucanos, caso lancem candidatura própria ao Executivo estadual, qual
partido o PSDB apoiaria em um possível segundo turno entre PSB e PTB é
uma incógnita.
De qualquer maneira, os tucanos já vinham mostrando forte alinhamento
com os socialistas em Pernambuco, tanto é que, em 2010, quando o então
governador Eduardo Campos disputava a reeleição, e foi eleito, 14 dos 17
prefeitos do PSDB apoiaram o socialista. E, em 2014, já haviam
sinalizado claramente o apoio à candidatura de Paulo Câmara ao governo
estadual.
Diante desta aproximação de Campos com os tucanos, circulou nos
bastidores a informação de que o presidenciável teria firmado com Aécio
Neves um "pacto de não-agressão" em alguns estados, para enfraquecer o
PT, e, em consequência, a presidente Dilma Rousseff, que tentará a
reeleição. Porém o ex-chefe do Executivo pernambucano não chegou a
confirmar publicamente a existência do suposto acordo.
Um dos supostos pactos seria em Minas, onde Aécio governou por oito
anos. Lá, o PSDB tem como pré-candidato ao ex-ministro Pimenta da Veiga.
E no PSB tem um impasse. Campos quer lançar o deputado federal Júlio
Delgado, que foi candidato a presidente da Câmara Federal no ano
passado. Entretanto, a vice do socialista, ex-senadora Marina Silva
(PSB), defende a candidatura do seu correligionário e
ambientalista Apolo Heringer.
O fato é que o socialista não vinha tecendo críticas contundentes ao
presidenciável tucano. Mas, após Aécio ter dito, no dia 4 deste mês, no
Fórum Empresarial de Comandatuba (BA), que não via Campos como
adversário, ex-senadora Marina Silva, demonstrou o seu descontentamento
com a declaração do tucano.
"O PSDB sabe que já tem o cheiro da derrota no segundo turno", disse a
socialista, no dia 7 de maio, durante palestra sobre sustentabilidade
na Universidade Federal do Tocantins (UFTO).
O posicionamento da ex-senadora foi confirmado por Campos. "A análise
de Marina é a visão de muitas pessoas", disse o ex-chefe do Executivo
pernambucano, durante visita à Expozebu, feira pecuária em Uberaba (MG). PE/247
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